7 de dezembro de 2010

Entrevista

Estivemos à conversa com Regina Maria da Silva Santos Melo de 36 anos, que sofreu de leucemia e tentámos perceber como ultrapassou esta fase da sua vida.

Nós: Bom dia!  

Sra. Regina: Bom dia!

Nós: Quando sofreu de leucemia?

Sra. Regina: Quando tinha apenas nove anos.

Nós: Do que é que se lembra dessa altura?

Sra. Regina: O que me lembro? Muitas coisas, coisas más. Nessa altura deixei de comer, vomitava a toda a hora, estive fechada num quarto escuro de um hospital durante quinze dias e só lá entravam os médicos.

Nós: Como se sentia?

Sra. Regina: Não tinha força, não conseguia fazer nada sozinha, até para andar precisava de ajuda.

Nós: Como descobriu que tinha a doença?

Sra. Regina: Demorei muito tempo até saber. Andei durante uma semana a vomitar e comecei a ficar desidratada. A minha mãe levou-me ao hospital de Coimbra onde me tiraram líquido da medula óssea para fazer análises. Ainda me lembro muito bem da agulha.

Nós: Sabe qual foi o tipo de leucemia que teve?

Sra. Regina: Não, não sei, mas também já não interessa.

Nós: Como conseguiu lidar com a doença?

Sra. Regina: Ainda era muito nova, tinha apenas nove anos por isso, não percebia bem o que era. E como estava num hospital pediátrico os profissionais tinham mesmo essa função. Além disso, ainda tive de lidar com o facto de levar sangue que não era meu.

Nós: Tem ideia de quanto tempo durou esta fase da sua vida?

Sra. Regina: Tive seis semanas internada, depois fui acompanhada durante quatro ou cinco anos para ver se estava tudo a correr normalmente.

Nós: O que é mais importante para um doente de leucemia para não se deixar ir a baixo?

Sra. Regina: Para um doente com leucemia e para qualquer outro doente é importante acreditar e ter força de vontade. O primeiro passo para a cura é acreditar que é possível.
Nós: Obrigada por se ter disponibilizado para esta entrevista!