Estivemos à conversa com Regina Maria da Silva Santos Melo de 36 anos, que sofreu de leucemia e tentámos perceber como ultrapassou esta fase da sua vida.
Nós: Bom dia!
Sra. Regina: Bom dia!
Nós: Quando sofreu de leucemia?
Sra. Regina: Quando tinha apenas nove anos.
Nós: Do que é que se lembra dessa altura?
Sra. Regina: O que me lembro? Muitas coisas, coisas más. Nessa altura deixei de comer, vomitava a toda a hora, estive fechada num quarto escuro de um hospital durante quinze dias e só lá entravam os médicos.
Nós: Como se sentia?
Sra. Regina: Não tinha força, não conseguia fazer nada sozinha, até para andar precisava de ajuda.
Nós: Como descobriu que tinha a doença?
Sra. Regina: Demorei muito tempo até saber. Andei durante uma semana a vomitar e comecei a ficar desidratada. A minha mãe levou-me ao hospital de Coimbra onde me tiraram líquido da medula óssea para fazer análises. Ainda me lembro muito bem da agulha.
Nós: Sabe qual foi o tipo de leucemia que teve?
Sra. Regina: Não, não sei, mas também já não interessa.
Nós: Como conseguiu lidar com a doença?
Sra. Regina: Ainda era muito nova, tinha apenas nove anos por isso, não percebia bem o que era. E como estava num hospital pediátrico os profissionais tinham mesmo essa função. Além disso, ainda tive de lidar com o facto de levar sangue que não era meu.
Nós: Tem ideia de quanto tempo durou esta fase da sua vida?
Sra. Regina: Tive seis semanas internada, depois fui acompanhada durante quatro ou cinco anos para ver se estava tudo a correr normalmente.
Nós: O que é mais importante para um doente de leucemia para não se deixar ir a baixo?
Sra. Regina: Para um doente com leucemia e para qualquer outro doente é importante acreditar e ter força de vontade. O primeiro passo para a cura é acreditar que é possível.
Nós: Obrigada por se ter disponibilizado para esta entrevista!
Sem comentários:
Enviar um comentário